MEMÓRIAS DE UM SUICIDA – Parte 3.7 – As lições de Epaminondas de Vigo
A Ciência Universal engloba (a) o universo exterior, composto de tudo que impressiona nossos sentidos, e (b) o universo interior, de igual riqueza e beleza pois abrange o corpo, a alma e o perispírito.
Epaminondas afirma que “Até que passamos ao estudo de nós mesmos, joias que somos, todos nós, as Almas, do escrínio sideral, futuros ornamentos da Corte Universal em que se imprimiu o selo sagrado do Pensamento Supremo, e para quem tudo, tudo foi imaginado e criado pelo Pai Amoroso que de coisa alguma necessita, que nada quer senão que nos amemos uns aos outros!”.[1]
(continua)
Referências:
[1] Ob. Citada, p. 430. Escrínio é um pequeno cofre para guardar joias.Recordamos que Agostinho, em sua obra O Livre-Arbítrio, conduz o raciocínio de Evódio demonstrando que toda obra provém de Deus e esclarece que “entre os corpos materiais, a luz ocupa o lugar mais excelente. Segue-se que a últimas das almas deve ser colocada acima desse principal ser, entre os corpos materiais. (...) Pois esta [a alma], por mais que se tenha degenerado da beleza a que chegara e tenha caído em algum defeito, estará sempre, sem dúvida alguma, em dignidade muito acima do que todos os corpos materiais” (AGOSTINHO, Santo, Bispo de Hipona, O Livre-Arbítrio, São Paulo: Paulus, 1995, pp. 167-168 – cf. II, 5.12-17). Começamos, assim, a ter uma pálida noção do prisma caridoso através do qual o Cristo nos contempla, poisa luminosidade que vislumbramos ao admirarmos a mais bela planta, a gigantesca palheta de cores que se forma no amanhecer esplendoroso, etc., jamais estará acima da beleza da mais repulsiva e degenerada alma.
Foto: José Luis Terra