Bezerra de Menezes e o nosso compromisso com a fé espírita
Vinícius Lima Lousada[1]
Viver ‘espiriticamente’ é trabalhar sem desfalecimento pela construção de uma nova era, sim, que deve começar no próprio indivíduo, na sua transformação interior.
- Bezerra de Menezes[2]
Recentemente, fizemos um estudo junto à equipe da Área de Formação de Lideranças Espíritas, de nossa federativa, sobre uma das memoráveis páginas de Bezerra de Menezes através da mediunidade de Divaldo Franco. Tratava-se da mensagem Compromisso com a fé espírita, presente no livro Aos espíritas, organizado pelo confrade Álvaro Chrispino e publicado pela editora LEAL.
A mensagem traz reflexões muito pertinentes às lideranças espíritas e às equipes de trabalho e, de nossa parte, vamos trazer aqui algumas reflexões que consideramos oportuno abordar, especialmente nestes dias de trânsito para uma sociedade planetária regenerada que, por sua vez, está a exigir-nos profunda mudança de mentalidade e modo de ação a partir dos paradigmas emergentes de cooperação, solidariedade, conectividade e do diálogo fraterno e horizontal, além da vida futura como ponto de vista sobre a realidade da existência humana.
Lembra-nos o amorável benfeitor que o tempo presente é um tempo de testemunhos e de reflexões profundas, cabe dizer, muito além de nossa habitual operosidade no bem, mas especialmente, no campo interno da alma, onde se situam as nascentes dos sentimentos que, por sua vez, necessitam ser gradualmente elevados por um ingente processo de autoeducação.
Ante qualquer desafio desta hora grave, lembra-nos ainda Bezerra, a vivência do amor em todas as circunstâncias é o convite da Espiritualidade Amiga que, através dos textos e registros de Allan Kardec, viera restaurar o pensamento vivo de Jesus. Dessa forma, amemo-nos, pois, uns aos outros, considerando que o Espiritismo é o grande libertador de nossas almas das algemas do dogmatismo e da delinquência, quando compreendido com lucidez e a partir dos estudos da obra kardequiana. Estudemos sempre, adentrando os caminhos filosóficos do Espiritismo sem deixarmos de construir internamente os valores da Era do Espírito.
Sendo o espírita aquele que se esforça por não ceder às suas más tendências, evitando desvios de sua finalidade existencial, deve trabalhar por mudar a realidade para melhor, através da autoeducação, da educação das novas gerações, modificando paulatinamente a ordem social através da fraternidade e da crença racional na vida futura.
O Espiritismo propõe mudanças profundas nos atuais paradigmas da sociedade, vindo a demandar dos espíritas a tão decantada Educação dos Sentimentos, ou seja, para que efetivem em si mesmos a edificação de novos valores, concernentes com o Evangelho de Jesus.
Até porque
O apoio de personalidades proeminentes e de organizações poderosas agrada-nos muito, mas não esqueçamos que o nosso trabalho-desafio é o de demolir aquilo que se encontra ultrapassado, destruir as ideias esclerosadas, substituindo-as pelas novas que vieram do Mais-além e receberam a contribuição lúcida de homens e mulheres que se reencarnaram sob a égide do Espírito de Verdade, para que o paracleto pudesse expandir a palavra de Jesus de polo a polo.[3]
A grande obra de regeneração da humanidade, que o Espiritismo vem secundar, é de profundas mudanças nos comportamentos, mentalidades e sentimentos que ainda estiverem em distonia com a Lei Natural e, para esse fim, é preciso muito devotamento de nossa parte.
Trabalhemos, pois, cada vez mais unidos, assumindo o nosso posto de agentes de unificação do movimento espírita, onde e com quem estivermos, laborando para que o diálogo, a união e a missão do Espiritismo na Terra sejam pontos de orientação sempre presentes em nossos labores.
REFERÊNCIAS:
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