Comunicado Importante
“Não é a mediunidade que te distingue. É aquilo que fazes dela”. (Emmanuel, em Seara dos Médiuns, cap. 12, psicografado por Chico Xavier).
Sobre o episódio noticiado pela imprensa e ocorrido na cidade de São Gabriel, Fronteira Oeste de nosso estado, lamentável em todos os aspectos, a Federação Espírita do RS esclarece:
Considerando o conceito de mediunidade desenvolvido por Allan Kardec, codificador do Espiritismo, cujas obras são referência máxima da Doutrina Espírita quando afirma: “Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva.” 1
a) A mediunidade não traduz caráter, ela é uma faculdade orgânica, independente da integridade ética dos indivíduos, cujo uso é sujeito à conduta moral dos mesmos;
b) Mediunidade não é um título religioso, que alguém possa dele fazer uso para este fim, como assinalado, é apenas uma capacidade humana de intercâmbio com os Espíritos desencarnados que, por sua vez, foram os homens e mulheres que outrora viveram na Terra;
c) A mediunidade não pertence ao Espiritismo. A sua prática é independente da Doutrina Espírita e, nada obstante Allan Kardec tenha investigado esta faculdade humana, dando-lhe trato científico, filosófico e religioso, ela é tão antiga quanto a nossa espécie e pode ser observada em diferentes religiões, no mundo e no Brasil;
d) O Espiritismo não se solidariza com práticas de curandeirismo, recomendando sempre a mediunidade orientada no Evangelho de Jesus e a busca de auxílio especializado de profissionais da saúde a todas as pessoas que o buscam por conta de enfermidade;
e) A prática da mediunidade, orientada pelas obras de Allan Kardec, é uma ação desenvolvida gratuitamente, devendo ser praticada sem retornos, presentes, vantagens ou criação de dívidas morais de qualquer ordem para com os médiuns;
f) A mediunidade, na rede de voluntariado do Movimento Espírita organizado, se pauta na caridade cristã.
A Doutrina Espírita orienta que o serviço espiritual não deve ocorrer isoladamente, apenas com a presença do médium e da pessoa assistida. Não recomenda, portanto, a atividade de médiuns que atuem em trabalho individual, por conta própria. Estes não estão vinculados ao Movimento Espírita, nem seguindo sua orientação.
“A mediunidade, porém, não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar-se uma profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade. Pode subsistir a aptidão, mas o seu exercício se anula. Daí vem não haver no mundo um único médium capaz de garantir a obtenção de qualquer fenômeno espírita em dado instante. Explorar alguém a mediunidade é, conseguintemente, dispor de uma coisa da qual não é realmente dono. Afirmar o contrário é enganar a quem paga. Há mais: não é de si próprio que o explorador dispõe; é do concurso dos Espíritos, das almas dos mortos, que ele põe a preço de moeda. Essa ideia causa instintiva repugnância.” KARDEC, Allan. O evangelho segundo o Espiritismo. Tradução Guillon Ribeiro. 131. ed. Brasília: FEB, 2019. Cap.26, it.9.
[1]. Kardec, Allan. O livro dos médiuns . FEB Publisher. Edição do Kindle, cap. XIV, item 159.
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