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Inclusão pede por criatividade

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  • há 7 minutos
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Sonia Hoffmann

 

O estabelecimento de verdadeiras conexões e flexibilidades relacionais são acionadas com maior eficiência a partir da adoção inclusiva da criatividade nas interações entre as pessoas, a fim de promover um rompimento de obstáculos e facilitar a compreensão do conteúdo proposto.

Muitos mecanismos foram bem escolhidos e aplicados em uma determinada época, contexto e demandas sociais. Porém, estamos vivenciando novos tempos e diferentes expressividades, requisitando abordagens e estratégias específicas para confortável intercâmbio de ideias, ensinamentos e aprendizagens que superem expectativas, ansiedades, insatisfações.

Nem sempre é fácil o abandono de comportamentos e atitudes já culturalmente internalizadas em cada ser desde a infância, transmitidas por gerações que, muitas vezes, se expressam ou se manifestam automaticamente padronizados. Contudo, a diversidade humana solicita, e até necessita, atualmente a remoção de modelagens comportamentais ou mecanismos não correspondentes à moderna condição vivencial. De modo crescente distintas particularidades e peculiaridades vêm se evidenciando na constituição da civilização, demonstrando assim não ser mais possível a continuidade de estilos ou formas obsoletas, tradicionais ou desinteressantes de comunicação interpessoal.

Por tais razões, torna-se cada vez mais importante seguir o fluxo criativo para conquista do êxito na ação inclusiva, com incentivo e estímulo dos entendimentos, embora isto não signifique uma solução de continuidade na manutenção da essência e falta de preservação dos valores intrínsecos.

Sendo assim, maneiras mais atrativas e eficientes para a potencialização da capacidade de absorção e intercâmbio de conhecimentos devem ajustar-se aos recentes avanços evolutivos. A instauração de diferentes estratégias precisa, então, ser urgentemente realizada para que a desmotivação e o consequente afastamento das pessoas não tragam um vazio ou ruptura difícil de ser resgatado mais adiante, causando mal-estar e mesmo conflitos interativos.

Para tal empreitada e garantia da autenticidade e pertencimento, iniciativas experimentais devem ser pensadas e adotadas, desde que contenham bom senso, diálogo franco, justeza às condições individuais e valorização de diferentes interpretações sem a ocorrência de censuras afetivas ou interpretativas, engessamentos no rigorismo linear das manifestações.

O estabelecimento de parcerias entre pessoas com aptidões complementares, formação de equipes de trabalho em lugar de transmissões verticais solitárias contemplam positivamente mentes que necessitam receber informações por caminhos alternativos usualmente pensados ou convencionados. Transposição de recursos e uso competente de contributos tecnológicos não simplesmente auxiliam, como motivam e desafiam o ser a sair do seu comodismo para uma coparticipação benéfica à construção pessoal e social.

O preconceito, a incerteza e a descrença na habilidade de alguém se conectar por outras trilhas do pensamento costumam não somente arruinar a obtenção de bons resultados de alguma prática. Grande importância, neste sentido, será o desenvolvimento da ousadia, de tentativas menos limitantes, de investigações sobre as possibilidades e potencialidades contidas em algo e alguém. Logo, é extremamente útil que observações atentas e experimentações sem o receio da isenção do erro aconteçam, porque nem sempre prontamente uma medida segura se apresenta ou se mantém.

Normal a diferença de alguém causar certa insegurança, mas por si ela convoca e propícia à expressão da criatividade sensata, lúcida e amorosa. Necessário se faz o desapego de equivocadas concepções, de coragem para a experimentação espontânea da oferta e participação de novas vivências conjuntas e cooperativas, incansável abertura e receptividade mental para ouvir, ajustar, alterar, melhorar, avaliar, aprender com os erros e os acertos e, se preciso for, refazer.

A criatividade, a inspiração, decorrem da máxima afinidade, do esforço para o (re)encontro entre os componentes de uma interação. Esta dádiva ofertada por Deus a cada um já pode vir internalizada como potencial da alma apurado previamente ou desenvolvido nesta nova trajetória.

Quando uma pessoa é criativa, ela possui a qualidade, ou se esforça por desenvolvê-la, em ser capaz de imaginar, inventar e realizar algo flexível, adequado e original. Não desempenha eu poder criativo somente em relação à confecção de materiais, mas na reelaboração de ritmos, reciclagens, reorganização temporal, por exemplo. Naturalmente é curiosa sobre diferentes informações, novidades ou sugestões como também se mostra sensível às mais variadas espécies de acessibilizações. Logo, busca encontrar soluções para eventuais problemas ou desafios, sem necessariamente ter de seguir parâmetros ou condutas já fixadas sem que tenha sido levada em consideração a multiplicidade expressiva da inteligência humana.

Alguém que busca na criatividade um meio de vinculação eficiente, cultiva a autenticidade e se desprende do que os outros pensam. Cultiva a compaixão por si e pelo outro, se libertando do perfeccionismo. Cultiva um espírito flexível e se liberta da impotência e da monotonia. Cultiva gratidão e alegria, liberando-se do sentimento de escassez e do medo do desconhecido. Cultiva intuição e fé e se liberta da necessidade de certezas. Cultiva a calma e a tranquilidade, libertando-se da ansiedade como estilo de vida. Cultiva tarefas relevantes e se liberta de dúvidas e suposições. Cultiva risadas, música e dança, por exemplo, se libertando da indiferença e de "estar sempre no Controle” (Brown, 2013).

É sempre relevante a percepção de que o ato inclusivo nem sempre anda por caminhos já trilhados, por rumos plenamente conhecidos e que a fonte criadora é profunda, plena e diversa. O desenvolvimento e a aplicação de criatividades é mais um amoroso convite evolutivo para a co-construção social includente e viável.

 

Referência

  

BROWN, Brené. A coragem de ser imperfeito. Rio de Janeiro: Sextante, 2013. [recurso eletrônico].

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