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Louis Braille - Nobre Espírito obreiro da inclusão



O acesso à informação e para as mais variadas expressões de comunicação entre as pessoas cegas foi uma forte preocupação de Louis Braille. Com sua boa vontade, esforço, persistência e criatividade ele se tornou responsável pela invenção da comunicação por pontos em relevo para a escrita e leitura por pessoas com deficiência visual.

Este Espírito inteligente e decidido reencarnou na França, no dia 4 de janeiro de 1809, na cidade de Coupvray (45 km de Paris). Seu pai era conceituado seleiro na região. A mãe era uma jovem modesta. Louis foi um dócil caçula de quatro filhos. Aos três anos de idade, quando brincava na oficina e ao tentar imitar seu pai na perfuração de couro, a sovela (instrumento pontiagudo) escorregou atingindo seu olho esquerdo e gerou grave infecção. Com o tempo, este agravo expandiu também para seu olho direito e, aos cinco anos, o menino ficou totalmente cego.

Toda sua vida foi marcada por uma orientação cristã, bondade, amor e humildade. Com o auxílio do abade da cidade, Louis desenvolveu um caráter curioso e investigativo.

Inicialmente, Louis foi matriculado em uma escola comum. Ele decorava e recitava as lições, impressionando o professor por sua inteligência e vivacidade. Em fevereiro de 1819, foi transferido para O Instituto Real para Jovens Cegos, em Paris, e daí em diante uma nova vida começava para ele.

O jovem, ótimo e dedicado estudante, participava com entusiasmo das recreações e apreciava música clássica, tornando-se pianista e chegou a tocar órgão e violoncelo. No entanto, para ele as condições não eram as ideais e nem as mais favoráveis, pois precisava reter na memória e repetir aquilo que ouvia. Em dada ocasião, disse a seu pai: os cegos sem livros não podem realmente aprender. Em suas reflexões, Louis considerava: Se os meus olhos não me deixam obter informações sobre homens e eventos, sobre ideias e doutrinas, terei de encontrar uma outra forma.

Assim, as árduas aptidões requisitadas para seus estudos, e as dos colegas, o levaram a se preocupar com a possibilidade de criar um sistema não só de leitura, mas também de escrita compatível às necessidades trazidas pela cegueira e que facilitasse o processo de aprendizagem.

Louis tomou conhecimento de um sistema de sinais em relevo, elaborado por Charles Barbier de la Serre (Capitão de Artilharia) por encontrar dificuldade para transmitir ordens à noite. Com este sistema, os subordinados poderiam ler as instruções no escuro pelo tato. No entanto, decifrar as palavras era um processo longo, complexo e muito difícil porque uma única palavra apresentava grande número de sinais.

Logo Louis percebeu os problemas do método e começou a pensar em possíveis modificações e aperfeiçoamentos para solucioná-los. Então, iniciou, incansavelmente, experiências e intenso trabalho para a devida correção pela elaboração de novo sistema. Ele criou nova régua e estilete e, aos 15 anos de idade, inventou o alfabeto Braille semelhante ao atualmente utilizado, obtendo, com seis pontos, 63 combinações, representando todas as letras do alfabeto, acentuação, pontuação e sinais matemáticos. Isto oportunizou aos alunos a serem capazes de fazer anotações, aprender ortografia, redigir composições, corresponderem-se entre si. Ele continuou trabalhando em sua pesquisa. Ainda estudante, começou a ensinar álgebra, geografia, gramática e música (seu sistema também possibilitou a musicografia).

Aos 26 anos, contraiu tuberculose, mas apesar de sua saúde precária, Braille continuou a trabalhar no aperfeiçoamento de seu sistema e ofereceu para as pessoas com deficiência visual das demais épocas e de todas as nações a possibilidade de leitura e escrita nas várias possibilidades de comunicação por este meio. Antes de desencarnar, afirmou a um amigo que estava persuadido de sua missão sobre a terra estar terminada e Deus ter concedido a ele o brilho dos esplendores das eternas esperanças diante dos seus olhos. No dia 6 de janeiro de 1852, faleceu confiante de seu trabalho não ter sido em vão. E realmente ele cumpriu com excelência o propósito de facilitar e agilizar o processo de inclusão das pessoas com deficiência visual e mesmo cegas-surdas.

O Livro dos Espíritos esclarece ser a missão de um Espírito pedida por ele e sente-se feliz por obtê-la. Muitos são os candidatos, mas nem todos são aceitos. A missão se consiste em instruir os homens, auxiliar o progresso, melhorar as instituições (por meios diretos e materiais). Ao mesmo tempo em que ele se aprimora pela encarnação, colabora para a execução dos desígnios de Deus.

Registros quanto a esta incumbência estar no planejamento reencarnatório de Louis Braille não são encontrados, mas, de qualquer maneira, ele colaborou efetivamente com o processo evolutivo moral e intelectual de várias pessoas. Atualmente, as obras básicas do Espiritismo e muitas outras da literatura espírita já se encontram grafadas com o sistema em relevo e são distribuídas gratuitamente, no território nacional e internacional, pela Sociedade Pró Livro Espírita em Braille, localizada na cidade do Rio de Janeiro.

Gratidão a este Espírito por seus esforços e trabalho profícuo!


Referência

FUNDAÇÃO Pró-livro Espírita em braile. In: Rádio Boa Nova. São Paulo, 30 jun. 2016. Disponível em: https://radioboanova.com.br/fundacao-pro-livro-espirita-em-braile/. Acesso em: 20 jan. 2022.

KARDEC, Allan. Das ocupações e missão dos espíritos: [questões] 572, 572a e 573. In: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 93. ed. Brasília, DF: FEB, 2013. p. 275. Disponível em: https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2014/05/Livro-dos-Espiritos.pdf. Acesso em: 21 jan. 2022.

LAGO, Davi. Louis Braille e a nitidez do amor cristão ao próximo. In: Ultimato online. Viçosa, 03 dez. 2020. Disponível em: https://www.ultimato.com.br/conteudo/louis-braille-e-a-nitidez-do-amor-cristao-ao-proximo. Acesso em: 21 jan. 2022.

VENTURINI, Jurema Lucy; ROSSI, Terezinha Fleury de Oliveira. Louis Braille: sua vida e seu sistema. São Paulo: Fundação para o Livro do Cego no Brasil, 1978.

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