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Obesidade




Sonia Hoffmann

 

Sobrepeso ou obesidade é uma temática que precisa ser trazida para a reflexão inclusiva devido a magnitude de ocorrência e vários preconceitos vivenciados pela pessoa, potencializando sua baixa autoestima, desvalorização e danos na autoimagem. Estes prejuízos e vivências excludentes, com forte probabilidade, podem atuar ciclicamente para a aquisição de excesso de gordura, trazendo comorbidades físicas, mentais e sociais severas.

 

Joanna de Ângelis (2009), no livro Em busca da verdade, assinala: "o número de obesos é surpreendente, em face da alimentação mal orientada e da falta de exercícios saudáveis, tornando-se uma enfermidade de natureza pandêmica, impondo despesas volumosas aos cofres públicos das diferentes nações, pelo desrespeito total aos programas de saúde. Dietas absurdas surgem e desaparecem como neve que o sol derrete, para conseguir-se o corpo ideal, como se todos os indivíduos, com suas próprias características genéticas, pudessem ser transformados em um padrão único de harmonia e de beleza, dando lugar aos transtornos da anorexia e da bulimia de graves consequências. Por outro lado, cirurgias de diminuição do estômago, com a colocação de balões inflados para reduzir a capacidade alimentar, quando o esforço pessoal, a decisão honesta e sincera de cada qual

melhor cuidar-se poderia resolver o impasse..."

 

Muitas ocasiões, a obesidade se apresenta como resultado não somente do sedentarismo, de desequilíbrio alimentar, mas como consequência de doenças. Sem este entendimento, há quem impulsivamente se manifeste inadequadamente e provoque a gordofobia, colaborando para a pessoa com sobrepeso sentir-se desconfortável.

 

Gordofobia é "a desvalorização, estigmatização e hostilização de pessoas gordas e seus corpos. Tal discriminação leva à exclusão social e, consequentemente, nega acessibilidade às pessoas gordas. A gordofobia pode levar a desigualdades no ambiente de trabalho, sobretudo devido aos estereótipos negativos, quais as pessoas gordas são preguiçosas, desmotivadas, indisciplinadas, menos cometentes e desleixadas. Esse preconceito é, muitas vezes, disfarçado de preocupação com a saúde, dificultando sua identificação. A gordofobia deixa danos permanentes na pessoa atingida, podendo levar a problemas sérios de autoestima, transtornos de imagem corporal e alimentares, depressão, ansiedade e até suicídio" (BRASIL, s.d.).

 

Infelizmente, alguns preconceitos, como pensar que alguém obeso não tenha agilidade, também podem ser trazidos por Espíritos desencarnados, como é possível relatar a partir de um episódio ocorrido em encontro mediúnico: "o Sr. Périnne, presidente da Corte de Apelação da Argélia, que, aposentado, viera residir naquela cidade, conversava livremente com o Espírito de seu filho, Eduardo Périnne, que morrera aos 26 anos como juiz de paz em Cherchell, a 1º de novembro de 1874. Uma noite, chegou-nos ele carregando um maço de folhas de papel cobertas de esboços feitos a pena, representando cenas humorísticas desenhadas pelo defunto e que eram conservadas como relíquias. Perguntou ele ao Espírito, assim que este se incorporou em Mme. F..., nosso principal médium, que não conhecera o morto, nem jamais pusera os pés na Argélia: "Eduardo, quem era este homem gordo cuja caricatura traçaste nesta página? Nem eu nem tua mãe pudemos atinar com o sentido deste esboço". O desenho representava um homem obeso, tentando subir num poste telegráfico. Respondeu o Espírito: "Pois que, pai, não te lembras do Sr. X..., tão ridículo que, na Argélia, nos aborrecia com as suas conversações fúteis e um interminável palavrório sobre a sua agilidade?" E entrou em minúcias tão precisas sobre a identidade dessa personagem que o Sr. e a Sra. Périnne se lembraram logo da que inspirara aqueles desenhos burlescos" (Denis, 2013).

 

Alguns comportamentos e atitudes fundamentais para as interações e acontecimentos tornarem-se mais inclusivos são: não comentar o quanto a pessoa engordou ou elogiar o emagrecimento alheio, pois isso reforça que só é bonito quem é magro; gerar condições para que pessoas gordas possam frequentar os ambientes (oferta de cadeiras e outros mobiliários apropriados; deixar de usar a característica física para identificar alguém (como ‘é aquele gordinho ali’; evitar a orientação sobre dieta e emagrecimento ou comentários sobre o que a pessoa come, a menos que seja solicitado por ela; jamais Representar a pessoa gorda em imagens e vídeos como uma pessoa fracassada, atrapalhada, gulosa, desajustada e preguiçosa; furtar-se de fazer comentários (supostamente bem-intencionados) sobre o corpo da pessoa como 'você não é gorda, é cheinha ou fofinha', 'você tem o rosto tão bonito, só precisa emagrecer', 'você deveria usar roupas que emagrecem'...); não atribuir todos os problemas (de saúde, amorosos e outros) da pessoa ao seu peso.

 

Importante salientar que mesmo a gordofobia não sendo considerada crime em si, ela causa agravos significativos e "o(a) ofensor(a) pode ser culpabilizado(a) pelo crime de injúria (esfera penal), por danos morais (esfera cível), por infração disciplinar (esfera administrativa) ou ainda na esfera trabalhista (art. 483 da CLT)" (BRASIL, s.d.).

 

Sempre é aconselhável entender que a aceitação do outro, além de inclusivo, pode significar o quanto alguém aceita ou não a si mesma com seus limites, diferenças, potencialidades e é preciso entender que os padrões de beleza e saúde social não são absolutos. Todos temos as nossas diferenças e o ser espiritual está em constante evolução com a sua singularidade.

 

Referências

 

ÂNGELIS, Joanna de (Espírito). Em busca da verdade. Psicografia Divaldo P. Franco.

Salvador: Centro Espírita Caminho da Redenção, 2009. Recurso eletrônico.

DENIS, Léon. O além e a sobrevivência do ser. Brasília: FEB, 2013. Recurso eletrônico.

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